Os homens criam leis e são engolidos por elas?

Vivemos hoje num mundo totalmente globalizado, onde as informações chegam a velocidade fracionária, todavia, percebo os homens cada vez mais fechados em si mesmos, pressupondo que a dor alheia pouco lhes tocam. Fica a sensação de cada um para si. Teria o ser humano perdido a crença na humanidade? Será que eles mesmos estão pondo por terra os valores que eles mesmos criaram? Como ficam tais valores? Há uma necessidade de repensá-los?

Boa colocação! É isso mesmo.
Costumo dizer que vivemos num mundo com Leis feitas pelos mortos.
Os parâmetros de outrora sobrevivem sem serem indagados e adaptados diante das evoluções sociais e emocionais que envolvem a sociedade.
Nossa "burrice" social é muito maior que nosso "senso", assim somos obrigados a conviver com regras que poderiam abolidas diante de um código implícito natural chamado bom senso. O egoísmo nos faz conflitar sem nunca nos colocarmos na pele de outrem.
Uma grande lei é a que te obriga a parar num semáforo em estado de vermelho. Porém, de madrugada, ao lado de uma favela, numa esquina com 3 assaltantes esperando você é obrigado a parar! Ou então, num cruzamento à noite na zona rural, o semáforo quebrado indica a passagem de um trem que não existe e você fica lá por 2 horas!
Sou um cidadão e moro num bairro da pesada, mas não posso andar armado por que os políticos quiseram acabar com a violência no papel, desarmando o povo e mantendo os bandidos mais armados!
O conflito de interesses é oriundo da carência e do poder de comparar. Acabar com o poder de comparação do ser humano é impossível, mas com a carência é relativamente fácil.
Pagar para um grupo de pessoas denominadas "Lei" aquilatar as transgressões cometidas pela sociedade é lastimável. Nossa sociedade é extremamente decaída, muito pior que certos animais aglomerados.
Estreitar situações gerais por meio de Leis de devem prever todos os casos é impossível. Deveria haver uma LEI apenas!
Quem quer que fosse pleiteá-la estaria sujeito à pena capital, assim tanto reclamante quanto reclamador estariam muito cautelosos e resolveriam suas briguinhas dentro do maior bom senso, pois o que primerio se revelasse como trangressor do bom senso, caso o outro lhe pedisse pela justiça, estaria morto! Com o tempo, todo mundo estaria obediente. Quando Salomão (mito bíblico) mandou cortar uma criança ao meio para restituir à mãe que o reclamava entre duas, uma delas o abdicou! Pois é essa a idéia de Lei que deveríamos ter, abdicar das pequenas coisas em detrimento das grandes. Por que a ocorrência de homicídios nos países islâmicos é quase nula? Lá, cada cidadão tem um Kalashnikov ou o popular "AK 47" com pelo menos 300 cartuchos de munição, assim não discutem por quinquilharias. O paternalismo do Estado como elemento emanador da Lei cria os abusos por sobre direitos individuais. As pequenas coisas deveriam ser resolvidas de imediato. A dificuldade em avaliar as coerências de cada indivíduo são enormes, mas na medida em que recorrer à Lei surtisse um efeito devastador, todos se acautelariam.
O homem nasceu para ser livre e é sábia a postura de não incomodar ninguém. A velha máxima oriunda da ignorância do povão que prega que "os incomodados que se mudem" sustenta toda a sorte de gente de má qualidade que abusa da Lei e transforma os bons em escravos dela, enquanto eles chafurdam nas mazelas da sua insensatez!