Somos várias pessoas em um só indivíduo?

Comportamo-nos de diferentes formas nas nossas relações sociais, por exemplo, um homem se comporta de uma maneira com relação a seu filho, de outra com relação a sua esposa e de outra em relação ao seu patrão. Mudamos nosso linguajar, gestos, movimentos corporais, hábitos e vestuário entre outros dependendo da pessoa com qual estamos nos comunicando. Muitas vezes podemos até parecer ser outra pessoa para alguém que esteja acostumado com nós em um determinado ambiente quando nos vê em outro ambiente completamente diferente. Em que você concorda? É claro que podem existir aqueles que mantêm apenas uma forma de se comunicar e de se expressar independentemente de seu interlocutor e você é um desses? Em que você é diferente aqui nesse espaço em relação a sua vida cotidiana com sua família?

O que Gurdijieff chamava de aglomerados é exatamente isso. Temos vários aspectos interiores e alguns deles ou pelo menos um é principal! Há o medroso, o valentão, o covarde, o assassino, o milongueiro, o sujo, o trambiqueiro, vaidoso, orgulhoso, gabola, alcoviteiro, observador, galanteador, etc.
Cada um deles funciona numa hora estratégica! No meio de uma briga o covarde assume: Numa narrativa para os amigos ou pra namorada, aparece o valentão. Na hora da venda aparece o que "garante", na hora da reclamação do produto estragado, aparece o político e social senhor Vasilina!
Essa pantomima das mil faces, são coisas dos antropóides. Não me canso de rir, vendo os chimpanzés e os comparando conosco. A relação com o poder exige isso de nós como garantia de uma existência sem chegar ao ponto de ser pulverizado. É melhor tomar porrada do que morrer!
Conforme diz nosso grande poeta cearense Marcondes Falcão Maia:
"- Eu acho melhor, escapar fedendo do que morrer cheiroso....."